Entendemos que a par da exploração de memórias, de vivências e de experiências das mulheres, em relação à indústria conserveira, aos seus produtos, à sua história, e, face ao posterior desenvolvimento do município, estas podem possuir impactos extremamente positivos na comunidade. Assim, de forma a que a imagem e a palavra possam perdurar no tempo, fomos à procura das suas histórias e de outros atores envolvidos.

No passado, não muito longínquo, de Matosinhos, as mulheres laboravam em mais de cinquenta empresas conserveiras. Na atualidade, restam apenas três: a Pinhais, a Portugal Norte e a Ramirez. A partir de Matosinhos, percebemos que estas empresas são referencias mundiais do setor.

“Podemos afirmar que o verdadeiro segredo está nas suas mãos.”

Que mensagem quiseram deixar a estas mulheres? Deixaremos aqui o testemunho de cada responsável por cada uma destas três resistentes empresas. Iniciaremos hoje pela Pinhais.

Mesmo no coração da cidade de Matosinhos, encontramos a Fábrica de Conservas Pinhais & Ca. Lda.. Fundada em 1920, passado mais de um século, garante a mais elevada qualidade e sabor dos seus produtos, mantendo-se fiel a um método tradicional de produção. Não obstante a seleção do melhor peixe e a frescura dos ingredientes, para o seu êxito ao longo de gerações muitos contribuíram/contribuem o manusear das suas colaboradoras.

João Paulo Teófilo, CEO da Pinhais, afirma sentir imenso orgulho em trabalhar com estas mulheres: “Elas dão tudo o que têm. Têm uma dedicação absoluta por esta empresa... Ao longo destes anos todos, tenho aprendido muito com elas... São as mãos delas que têm todo o valor, e dali, de facto, é que sai aquele produto que nós tão bem conhecemos. Apesar de toda a qualidade que a matéria-prima possa ter, apesar dos ingredientes, apesar do método, sem aquelas mãos nada era possível”.