A crise climática vai gerar um mundo de doenças novas

Devido ao aquecimento global, muitas espécies terão, ao longo das próximas décadas, de se mudar para regiões com condições climáticas que permitam a sua sobrevivência. Com este movimento migratório, muitos animais trarão os seus patógenos — agentes que provocam ou podem provocar doença — para geografias novas. Para os humanos, isto poderá traduzir-se não só na propagação de muitas das doenças que já conhecemos, como também no surgimento de infecções inéditas.
É o que se indica num novo estudo publicado na revista científica Nature. Os autores do trabalho — cujo investigador principal é Colin J. Carlson, jovem biólogo na Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos — estimam que, devido à crise climática e às migrações de animais a que o aumento da temperatura da Terra obrigará, acontecerão pelo menos quatro mil transmissões de vírus entre diferentes espécies até 2070. Essas migrações levarão a que se cruzem os caminhos (e agentes patogénicos) de espécies que até hoje nunca tinham interagido umas com as outras.